A dependência química é considerada, nos dias de hoje, um grande problema de saúde pública. Considerado um transtorno mental, o dependente químico apresenta uma série de sinais e sintomas capazes de prejudicar diretamente não só a sua saúde, mas a vida de todos à sua volta.
Entender sobre a dependência química, como ela funciona e as formas de combatê-la é a principal forma de ajudar aqueles que estão passando por um momento difícil. Assim, a Brasil Emergências Médicas separou neste artigo um guia completo a respeito dessa doença que atinge cada vez mais pessoas.
Continue lendo o texto e passe essas informações importantes ao máximo de pessoas possíveis, ou para aquelas que o conteúdo possa ajudar de alguma forma.
Sumário
O que é a dependência química?
A dependência química é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença que se caracteriza pelo uso indiscriminado e descontrolado de substâncias psicoativas, causando modificações no comportamento, além de consequências mentais e físicas prejudiciais ao organismo.
As substâncias que causam dependência ao indivíduo podem ser lícitas, como álcool e a nicotina, ou ilícitas, como o crack, a cocaína e a maconha. A dependência química pode ser caracterizada, principalmente, pela presença de três ou mais critérios, como os citados abaixo, pelo período de um ano:
- Aumento da tolerância à substância (necessitando de quantidades maiores para garantir o efeito desejado);
- Abstinência (os sinais e sintomas da abstinências são típicos de cada substância utilizada, e são aliviados após o consumo);
- Uso por um longo período de tempo e em quantidades superiores ao planejado;
- Incapacidade de controlar a vontade de usar e o desejo persistente de consumi-la;
- Isolamento e diminuição do ciclo social devido ao uso da substância;
- Insistência no uso da substância mesmo sabendo dos prejuízos ao organismo e a saúde.
Um Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas feito no Brasil pelo CEBRID levantou os seguintes dados acerca do uso de drogas pela população e a dependência no país, obteve os seguintes resultados:
Fonte: II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, CEBRID.
Tais informações indicam que cerca de 22,8% da população no país já fez uso de algum tipo de droga ao longo da vida (excluindo álcool e tabaco).
Uso, abuso e dependência
Conhecer a diferença entre uso, abuso e dependência é importante para entender como isso pode ocorrer de maneira progressiva, tornando o consumo da substância cada vez mais frequente.
A diferença entre uso, abuso e dependência consiste, basicamente, em:
- Uso: envolve qualquer tipo de consumo, seja ele frequente ou não. Um exemplo é o indivíduo que faz o uso pela primeira vez e não repete o episódio, abandonando o consumo.
- Abuso: o abuso consiste no uso nocivo da substância, sendo mais recorrente e, geralmente, decorrente de algum tipo de problema. O abuso pode levar à dependência.
- Dependência: é identificada quando não há no usuário qualquer tipo de controle sobre o uso, o que leva a problemas sérios de saúde. O dependente direciona toda a sua vida ao uso da substância, tornando o consumo em uma compulsão, indispensáveis para o seu funcionamento psicológico. Dessa forma, a dependência deixa de ser apenas um desejo de consumir a droga e se torna uma necessidade, ou seja, o indivíduo se torna incapaz de não a consumir.
Conseguir perceber essas diferenças irá contribuir para identificar a realidade de cada um e obter a ajuda necessária em cada caso.
Quais as causas da dependência química?
As causas da dependência química são multifatoriais, não existindo, portanto, uma causa única que leva o indivíduo ao uso indiscriminado das drogas. É possível que algumas pessoas já tenham alguma predisposição para o transtorno e há também aquelas que o adquirem após o uso de alguma substância repetidas vezes. De modo geral, a dependência química se dá pela presença de diversos fatores juntos, sejam eles genéticos, ambientais ou psicológicos.
Portanto, problemas familiares, dificuldades em lidar com frustrações, traumas e depressão são apenas alguns dos fatores que podem levar ao uso e posteriormente, a dependência química. Ambientes de fácil acesso às substâncias também podem facilitar o processo, além de características genéticas.
Quais os principais sintomas da dependência química?
Identificar os sintomas de um dependente químico pode ser mais difícil do que parece. A dependência química acontece de maneira progressiva, manifestando sintomas cada vez mais fortes e aparentes.
Alguns dos principais sintomas da dependência química são:
- Mudanças repentina de comportamento;
- Abstinência;
- Fissura (ou craving, que consiste no desejo incontrolável de consumir a substância);
- Tolerância aumentada a substância;
- Incapacidade em controlar o uso.
A abstinência ocorre quando o indivíduo está sem usar a droga, causando sintomas como irritabilidade, agressividade, tremores, náusea, palpitação e, até mesmo, alucinação. Uma abstinência muito intensa pode levar a sérios riscos, como arritmia e desidratação, causando até a morte do usuário. Por isso, a importância de acompanhamento médico para tratamento e cuidado do paciente.
Tipos de drogas que causam dependência química
As drogas mais comuns que causam dependência química são:
- Ansiolíticos;
- Tabaco;
- Álcool;
- Anticolinérgicos;
- Cocaína;
- Maconha;
- Ecstasy;
- LSD;
- Anfetaminas;
- Opiáceos;
- Esteroides anabolizantes.
O mecanismo de ação e os efeitos no organismo de cada um são diferentes e, portanto, o tratamento para cada uma irá variar.
Quais as consequências da dependência química?
As consequências da dependência química são inúmeras e envolvem não só o indivíduo, mas também familiares e amigos próximos a ele. A doença é capaz de causar inúmeros prejuízos à vida do paciente, tanto físico como psicológico. Algumas das consequências observadas em dependentes químicos, a depender do tipo de substância utilizada, envolvem déficit cognitivo, cirrose, câncer, lesão pulmonar, perda de peso excessiva, demência, desnutrição, entre outras doenças.
Além do aspecto físico e psicológico, o indivíduo tem dificuldade em conviver em sociedade, terminar um curso ou estudos, conseguir e se manter no trabalho, manter um relacionamento saudável e outras dificuldades sociais e comportamentais.
Como prevenir a dependência química?
Pessoas que se encontram em uma situação de vulnerabilidade emocional ou social, podem acabar se rendendo ao consumo de drogas. Entender quais são esses fatores e as consequências negativas que trazem a vida e a saúde são fundamentais para buscar medidas de prevenção, podendo ser elas primária, secundária ou terciária:
Prevenção primária
A prevenção primária se baseia em medidas que busquem retardar ou evitar o contato dos indivíduos com esse tipo de substância. Assim, essas medidas costumam estar voltadas para crianças e adolescentes, com medidas educativas e de promoção à saúde, tornando o ambiente favorável à conscientização e a sensibilização dos jovens.
Prevenção secundária
A prevenção secundária envolve aqueles que já tiveram o primeiro contato com substâncias químicas ou fazem o uso de maneira moderada. Logo, ela tem como objetivo minimizar os riscos de que a pessoa desenvolva uma dependência. Dessa maneira, ela é feita de maneira mais especializada e focada em impedir a evolução do uso dessas substâncias.
Prevenção terciária
A prevenção terciária acontece quando já há uma dependência instalada no indivíduo, necessitando de ajuda médica e apoio familiar para o tratamento adequado. Ela visa restabelecer a saúde, desintoxicar o organismo e reinserir o paciente na sociedade, evitando recaídas.
Fatores de risco e tratamento da dependência química
O uso de substâncias químicas e a dependência estão cada vez maiores ao redor do mundo. Transtorno psiquiátrico e fatores genéticos podem ser fatores de risco, assim como estrutura familiar e ambiente externo em que estão inseridos. Entretanto, diversos fatores podem levar o indivíduo ao uso, logo está atento e evitar situações que o exponha a esse tipo de coisa é fundamental.
O tratamento da dependência química é complexo e o seu sucesso está diretamente relacionado à motivação e disposição do indivíduo em sair daquela situação. O tratamento envolve restabelecer a saúde psíquica, física e reinserção do dependente em sociedade. A equipe multidisciplinar faz uma avaliação do quadro do dependente e discute junto a ele a família o tratamento mais adequado.
Muitas vezes, a internação pode ser necessária, com o objetivo de desintoxicar o paciente, entretanto, não garante a cura da dependência química. A internação do paciente também é importante nos casos de sintomas muito intensos de abstinência, que como dito anteriormente, podem desencadear alguns problemas e reações no organismo.
Mesmo após o período de internação, o acompanhamento do tratamento é indispensável, com um trabalho multidisciplinar, que permita ao indivíduo lidar melhor com os possíveis sintomas e enfrentar situações delicadas.
Portanto, a internação, o tratamento terapêutico, grupos de apoio, terapia ocupacional e mudanças do estilo de vida, como a prática de atividade física, junto a uma equipe multidisciplinar, preparada para acolher e tratar o paciente, irá contribuir diretamente e positivamente no tratamento.
A desintoxicação é uma das fases mais delicadas e que precisam de total acompanhamento médico e apoio familiar. É nesse momento que se recomenda a internação do paciente em clínicas de reabilitação especializada, garantindo os cuidados psicológicos e médicos que essa situação exige, eliminando a substância nociva do organismo e amenizando os possíveis efeitos colaterais e de abstinência.
Como ajudar um dependente químico?
Como dito anteriormente, o sucesso do tratamento depende da motivação do paciente em se livrar do vício. Entretanto, o apoio familiar e de amigos próximos é fundamental durante o processo. É importante que a família ofereça o suporte necessário e mostre que apesar de difícil e tortuoso, esse é o caminho que vale a pena seguir.
Além disso, entender que as recaídas fazem parte do processo e aprender a lidar com elas é essencial, sem culpar o paciente ou fazê-lo se sentir ainda pior. Ao longo de todo processo, é preciso muita conversa, palavras de apoio, incentivo, ajuda profissional e limites, para que o paciente também não aproveite ou manipule aqueles que mais o ama.
A reabilitação deve ser uma decisão em conjunto e o amparo, cuidado e confiança da família pode ser o combustível necessário para que o indivíduo permaneça no tratamento.
Quando o dependente químico se recusa a procurar ajuda, e todas as outras tentativas foram em vão, há, além da internação voluntária, a internação involuntária ou compulsória.
A internação involuntária consiste na internação sem o consentimento do paciente, mediante o pedido de uma terceira pessoa, uma vez que o paciente apresenta risco a si mesmo e às outras pessoas. A internação involuntária deve ser aprovada por um médico credenciado e comunicada ao Ministério Público Estadual pela clínica em que será feita a internação, tanto na entrada como saída do indivíduo.
Já a internação compulsória é definida por uma ordem judicial, sendo a última alternativa para o tratamento do dependente químico e quando não há um familiar para se responsabilizar por ele.
Remoção de dependente químico Brasil Emergências Médicas
A remoção de dependentes químicos envolve muita cautela e cuidado com o paciente e, por isso, precisa de profissionais capacitados e experientes, para que tudo seja feito da maneira mais adequada e segura possível.
Para um tratamento adequado que busque livrar o paciente da dependência química, muitas vezes torna-se necessário a internação do paciente em uma clínica de reabilitação especializada, tornando-se necessário realizar a remoção ou resgate do paciente para a clínica.
Como é feita a remoção do dependente químico?
A remoção do dependente químico é o primeiro passo para a sua jornada na busca pelo tratamento, onde ele é levado para o local adequado para receber todo o acompanhamento profissional necessário.
Desta forma, um serviço de resgate para dependente químico conta com uma equipe capacitada e preparada, além de veículos, materiais e equipamentos indicados para a situação.
Após a solicitação do resgate, é feito o encaminhamento da equipe ao local e no caso de internação involuntária, pode ser necessária medidas mais intensas, como aplicação de sedativo para que o paciente seja levado até o destino em que receberá os cuidados médicos e psicológicos para o tratamento.
A equipe do resgate do dependente químico conta com enfermeiros, médicos e socorristas, que juntos irão tentar tornar esse momento delicado, tanto para o paciente, como para os familiares, o mais tranquilo e seguro possível. Um atendimento humanizado, que acolha todos os envolvidos, é indispensável para garantir a todos o suporte necessário neste momento.
Ajudar um dependente químico, mesmo quando ele se recusa a obter tratamento, pode ser a única forma de salvá-lo e garantir a recuperação que ele precisa. Portanto, conte com a Brasil Emergências Médicas neste momento de dor e incerteza. Nós podemos te ajudar!
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